Há
momentos que dizem respeito tão somente ao nosso mundo insólito. Aqueles amanhecidos
em nosso pensar, pujante e avassalador. Momentos reverenciados a Deus - um sussurro
levado pela brisa do vento. Geralmente, ao entardecer. Sol se pondo nas
montanhas. Céu cor de rosa cheio de algodão flutuante. É o momento do balanço
das emoções. Como poeticamente escreveu Gonzaguinha ao tom musical – Viver e não ter a vergonha de ser feliz.
Há
momentos permitidos por Deus para o nosso crescimento. Olhamos o horizonte, os
raios dourados refletir timidamente “ ...
Ao som do mar e à luz do céu
profundo... Iluminado ao sol do novo mundo!”. Do nosso mundo interior.
Há tanto a falar e por que não dizer – Há tanto há mudar!.
A
vida é uma dádiva de Deus. Uma batalha permitida na concepção da existência
cujo nascer por mais adverso que possa representar, talvez advindo em
circunstância complexa, impulsiona uma certeza: - somos vitoriosos! Mesmo
aqueles advindos de uma rejeição humana - Deus nos amou incondicionalmente a
ponto de nos trazer a vida. O que fazer desta obra prima será resultado do
respeito incondicional chamado livre arbítrio. Às vezes, me pergunto - Como
seres humanos, semelhantes, segregam a oportunidade de ser feliz? Sim! Porque a
felicidade não se encontra em poder de mortais iguais e passiveis das mesmas
paixões. Deus é o segredo revelado a todos que desejam Conhecê-lo para viver
esta plenitude. Pensem comigo. O homem segrega, Deus acolhe. O homem julga,
Deus absorve. O homem fere, Deus cura. O homem discrimina e Deus nos vê igual.
O homem é amargo. Deus é doce e suave. O homem determina, Deus nos dá
possibilidades e respeita as nossas escolhas, mesmo aquelas que nos tornam
distantes Dele. Ele aguarda nos amando, mesmo sendo rejeitado por nós. Resultado:
- Tornamos o principio da convivência inóspita, inacessível, nos tornamos
amargos deuses da verdade absoluta.

A
convivência entre pessoas são temperadas pela insensatez, insegurança, não
sabem mais despertar e conquistar a plenitude de uma amizade saudável. Aquela
movida pela leveza de momentos indescritíveis – a famosa conversa lançada ao
solo do rico diálogo sem cobrança, das gargalhadas temperadas pela pipoca
compartilhadas por várias mãos ou do silêncio afável do estou aqui, sendo
suficiente para nos sentirmos seguros.
Há
momentos para abrirmos as portas do coração. O sentido da vida versa pela
verdade criada e atribuída pela nossa própria razão. Não é fácil acordar e
aquiescer uma verdade camuflada pela transferência de uma responsabilidade. O
caos de um viver imputado ao outro, ruminando repetições e fracassos. Perdemos oportunidades
para reconstruir nossa história e nos tornar feliz.
Há
momentos que nos despertam a mudar. Desarrumar a casa, jogar entulhos
armazenados há anos sem serventia alguma. Momentos de stop, de atenuar o peso
balizado e mudar a polaridade. Aristóteles referia-se ao equilíbrio quando mencionava
que o mesmo se encontrava no meio termo. O tempo efêmero e sagaz sinaliza a
sabedoria da ampulheta. Esta não para um
segundo que seja porque o retorno é areia movediça. Os passos desta trajetória chamada tempo só tem uma direção –
é para frente que se anda. É para frente que se anda... tic tac...tic tac...tic
tac...
Há momentos que precisamos andar. Para alguns - quanto tempo
estagnado, presos a convicções chamadas ilusões. Para outros, é o tempo de acordar,
alongar, respirar fundo e compassadamente para seguir um caminho sem fronteiras,
sem idade, sem gênero, mas cheio de significados e cores despertadas pela
midríase de um olhar contemplativo para um novo dia. A música desperta um canto
nas passadas de um relógio que soa: - tic...tac...tic...tac...
O navio aporta em terra firme para quem sabe fazermos
escolhas. Momento para olharmos no espelho e contemplar um ser que merece ser
feliz. Quem sabe hoje você possa enxergar o marcador de uma hora chamada meu tempo
chegou. Aproveite o seu momento e escute o soar uma melodia tilintar - tic... tac... tic tac...tic tac.
(Texto de Conceição Honorato)
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